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Custo da Qualidade X Preço da Não Qualidade

Muitas vezes o mercado se depara com a situação de que um a criação de processos na área da Qualidade gera despesas e não receitas como ocorre em áreas como Comercial, por exemplo, mas e quando pensamos em uma entrega de um produto ao mercado sem Qualidade? Qual o preço a ser pago?

Pensando nesse tema, trago aqui uma reflexão como uma profissional com 18 anos de mercado atuando em criação de processos, padronização e implementação de Gestão da Qualidade e também como consumidora, uma vez que o tema torna impossível desvincular um perfil do outro.

Dessa forma, o que compõe e quais as atribuições, em linhas gerais, do departamento da Qualidade?

A área da Qualidade é a responsável em padronizar, implementar, controlar, melhorar os processos de uma empresa com base dos requisitos regulatórios, sejam esses nacionais, internacionais, estaduais e municipais.

Sendo assim, é a equipe de interligação nas empresas para suporte de todas as áreas, traduzindo em procedimentos as condutas de como executar as atividades, ou mesmo, quais as metodologias aprovadas pelos órgãos fiscalizadores para um processo robusto e seguro, garantindo assim que os processos estejam em acordo com todos os requisitos regulatórios e estejam ao alcance de todos os colaboradores da empresa e não em pessoas, ou seja, ao criar um padrão a empresa possibilita que independentemente de qual unidade a atividade será executada ela será performada da mesma forma, por colaboradores diferentes, possibilitando o mesmo resultado final no produto.

Para isso, os profissionais da Qualidade precisam ser qualificados e atualizados constantemente, uma vez que novas regulamentações são uma constante em um mercado globalizado, gerando assim um custo para a empresa com uma receita indireta, uma vez que esse profissional irá adentrar outros departamentos, para sugerir e controlar mudanças de otimização de processos, garantir a integridade de dados, a rastreabilidade de produtos, as certificações nacionais e internacionais através de registros gerados demonstrando o caminho inverso de um produto no consumidor final até a produção, mas principalmente garantindo que produtos com qualquer desvio não sejam liberados para o mercado.

Esses profissionais precisam, principalmente, ser indivíduos empáticos, foi-se o tempo onde a Qualidade era vista como um departamento de bloqueio, cada vez mais esses profissionais precisam se colocar no lugar do outro departamento e através de equipes multiprofissionais determinar, dentro das possibilidades, qual a melhor conduta para implementação ou andamento de um projeto.

Ao vislumbrar, de forma macro, as atividades de uma equipe da Qualidade, pode-se verificar que não é uma área de receita direta, mas e se o departamento de Qualidade não existisse ou não executasse as atividades com responsabilidade?

Nesse momento, a reflexão é a respeito do perfil consumidor, pois quando adquirimos um produto ou serviços esperamos que ele seja exatamente como ele se propõe a ser.

Ao adquirir um transporte, espera-se que a mercadoria, chegue ao destino nas mesmas condições que foram entregues para a transportadora, assim como ao adquirir um medicamento, esperamos que seus efeitos farmacológicos sejam eficazes.

Isso ocorre para qualquer produto ou serviço adquirido e o que acontece se não temos essa entrega?

Primeiramente, abrimos uma reclamação, aguardamos a resposta e se essa não nos agradar, mudamos de provedor de serviços ou de produto, atualmente a livre concorrência e grande quantidade de opções no mercado possibilita que o consumidor, seja ele, o cliente final ou outra empresa, procure quem entregue o contratado com melhor Qualidade.

Deixo aqui essa provocação, mas trago um caso real para essa reflexão.

Existe uma grande rede de fastfood, que possui um grande e robusto sistema da Qualidade, com metodologias de escolha de fornecedores e produtos, procedimentos desses a compra de insumos até a forma de atendimento, isso faz com que independente do estado ou país que o consumidor esteja, ele será atendimento com o mesmo padrão de serviço e produto, tornando-se uma das maiores redes de fastfood do mundo.

E com isso voltamos ao título provocativo do artigo: “Custo da Qualidade X Preço da Não Qualidade”, será que realmente a Qualidade é um custo sem receita? Ou será que a receita da empresa está diretamente ligada a Qualidade da sua entrega?

Sabemos que com a alta oferta, cada vez mais os produtos e serviços precisam ser diferenciados e a qualidade está diretamente ligada a esse diferencial.

Carine Siffert – Farmacêutica desde 2004 formada pela Centro Universitário São Camilo, com GVPec em logística empresarial e especializações em Six Sigma Green Belt, Assuntos Regulatórios (Racine), entre outros

Participante da Mentoria Platinum em 2021/2022.

Atual Consultora em Sistema de Gestão da Qualidade na CGS, realizando os processos de gestão da qualidade, com implementação de melhoria continua, qualificação, validação e processos regulatórios, no mercado farmacêutico.

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